sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Editorial

(Imagem: Divulgação)

"Respeitável públicoooo"!!! Vai começar uma viagem cheia de arte, emoção e gargalhadas. Nossa revista eletrônica fala sobre o circo. O mundo do encanto e do desencontro. Do primeiro título ao último ponto final, o leitor vai encontrar reportagens com as mais diversas abordagens, da histórica à social, mostrando que o circo vai muito além do picadeiro.

Nossa reportagem principal faz um apanhado histórico da arte circense. Quando começou, como se transformou e o que é hoje. Além disso, fala um pouco do "Cirque du Soleil", o circo mais mundial do planeta, com as mais diversas artes presentes no espetáculo e que atrai e encanta milhares de pessoas onde quer que vá. Outro ponto em destaque conta a arte da palhaçaria com toda a sua identidade e humanidade.

Nossa equipe foi às ruas e entrevistou palhaços, artistas circenses e fez uma reportagem especial sobre a 10° Edição de Festival de Circo no Brasil, que animou a criançada recifense durante os dias 31 de outubro até 9 de novembro.

Nas curiosidades, temos a série American Horror Story, que foge do normal e apresenta o circo sob a perspectiva do "horror" e, ao invés de causar gargalhadas no público, provoca gritos de medo. No social, a história e o trabalho da Escola Pernambucana de Circo, que desde 1999 ajuda a educar e socializar crianças e adolescentes através da arte. O encantamento já pode começar.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Há séculos atrás

Com séculos de existência, arte circense encanta o mundo


A arte circense surgiu há 5 mil anos na China (Imagem: Divulgação)

Você já se perguntou como o circo surgiu? Por que todo circo tem malabares, mágica e palhaço? Não? Pois é, grande parte o “respeitável público” só entra no picadeiro, se diverte um pouco, acha tudo muito lindo e vai embora. Mal sabem que dentro daquela enorme lona e de cada movimento dos artistas circenses existe uma longa e linda história.

Mesmo que algumas crianças do século XXI prefiram um jogo de computador a o famoso “pega-pegou” na rua de casa, é quase impossível que a mesma criança, ao chegar no circo e assistir ao espetáculo, não fique emocionada e entusiasmada com tudo o que viu. Tem sido assim há séculos. Vestígios arqueológicos dizem, inclusive, que a arte circense surgiu na China há 5 mil anos. Naquela época, modalidades – contorcionismo, acrobacia e equilibrismo - que hoje fazem parte do circo moderno, antes eram usadas para aumentar a flexibilidade, agilidade e a força entre os guerreiros. Só depois passaram a ser usadas como uma forma de entretenimento.

Modalidades como o contorcionismo e acrobacia eram usadas para aumentar flexibilidade e força (Imagem: Divulgação)

Circo Estoril (Imagem: Divulgação)
Civilizações antigas como a do Egito, Índia e Grécia também possuem registros de espetáculos com elementos circenses. Um passo importante para a história do circo foi a construção do Coliseu em 40 a.C. Lá eram feitas apresentações com engolidores de fogo, gladiadores e espécies exóticas de animais. Basta lembrar da expressão romana “pão e circo”. 

Porém, o circo moderno surgiu mesmo em 1770, quando Philip Astley, oficial da cavalaria britânica, começou a viajar pelo interior da Inglaterra com um espetáculo que tinha atrações equestres, palhaços, malabaristas e acrobatas.


No cinema
A arte circense é tão contagiante que não conseguiu ficar só no picadeiro. Diversos artistas foram do circo para o cinema, levando outras técnicas e formas de atuação para as telonas. Além disso, a temática tem sido explorada das mais diversas maneiras no cinema.

Charles Chaplin, Federico Fellini, Cecil B. DeMille, Jerry Lewis e irmãos Marx. Esses são apenas alguns nomes que participaram de produções cinematográficas com temática circense. 

Em 1928, Charles Chaplin atuou, foi o diretor e o roteirista de “O Circo”. Película em que ele interpreta um vagabundo que é confundido com um ladrão e esconde-se no circo para não ser pego. 
Confira um trecho de “O Circo”:




“du Soleil”, mas globalizado

Cinco mil pessoas de diferentes partes do mundo fazendo arte circense. Essa seria a melhor descrição para o circo mais globalizado do mundo, o Cirque du Soleil. Fundado em 1984, o circo faz hoje 19 espetáculos ao redor do mundo. São nove apresentações em turnê e oito shows fixos nos Estados Unidos, Japão e Macau.

Fundado por Guy Laliberté, a primeira apresentação do “Soleil” aconteceu no Quebec, Canadá, como parte da comemoração dos 450 anos do país. Além dos espetáculos baseados em arte circense e de rua, números de dança, performances acrobáticas, contorcionismo, atuação e música, o circo canadense investe também no segmento de moda, galerias de arte e casas noturnas.

No vídeo, você pode ver algumas partes da apresentação do Cirque du Soleil no espetáculo Worlds Away 2012:




Reportagem: Mariana Albuquerque



Por trás da palhaçada

Eles fazem rir, se produzem, se apoderam de outra identidade, têm um dia comemorativo (nunca lembrado), são palhaços e são seres humanos. Numa definição bem simples, o dicionário os descrevem assim: “Personagem cômico, de circo, de show, ou de rua; frequentemente usa nariz vermelho”. 

Mas às vezes é difícil acreditar que tudo não passa de uma encenação de um personagem montado. É o que conta Beatriz Teixeira, 27, que via os palhaços com outros olhos quando era criança. “A primeira vez que vi um palhaço na minha vida fiquei com medo, mas depois que me acostumei com aquele ser tão estranho me diverti muito, tanto que uma vez corri atrás de uma para ver o que tinha debaixo de tanta roupa, queria saber o que tinha ali dentro.” A admiração de um ser tão “irreverente, louco e engraçado” ainda continuou, mesmo hoje não existindo mais uma áurea sobre aquela figura. “Hoje eu acho uma das profissões mais lindas de se fazer, pra mim um palhaço é uma pessoa que arranca sorrisos, e cá pra nós, o que é melhor e mais bonito do que sorrir?”.


(Imagem: Adriano Escanhuela)

Já para outros, a imagem dos palhaços na infância não era algo tão agradável assim e tão pouco fazia rir. Karla Souza, 22, lembra que quando era criança tinha muito medo da “figura” do palhaço de circo. “Ainda hoje tenho medo. Eu acho que o medo na infância era por causa daquelas roupas, cores e performances exageradas e hoje essa imagem ainda me passa desconforto, não consigo confiar numa pessoa disfarçada em tanta alegria.”, disse a estudante com um tom de ironia. 

Além disso, Karla acredita que não há mais um a “áurea” sobre a imagem do palhaço. “Hoje a maioria das crianças já sabem que palhaços são homens caracterizados. Eu tenho um primo de 5 anos que já sabe disso.”

Pobre, rico, bêbado, faroeste, num filme mudo, com mágica, irreverente, não importa como, o fato é que palhaços estiveram presentes na infância de muita gente, a marcando de forma leve e descontraída ou não. 







A equipe do Respeitável Público foi às ruas e entrevistou o Ancomárcio Saúde, mais conhecido como Palhaço Xau Brau Brau. Confira o vídeo:



Reportagem: Rayane Guimarães

terça-feira, 25 de novembro de 2014

10° Edição de Festival de Circo no Brasil anima a cidade

Entre os dias 31 de outubro e 9 de novembro Recife recebeu a 10° Edição do Festival de Circo do Brasil. O evento contou com toda a leveza, irreverência e brincadeira de circo às ruas e espaços culturais da cidade. O Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, foi palco de atrações e oficinas que animaram uma tarde de sábado de crianças e adultos. Confira os detalhes:


Reportagem: Rayane Guimarães e Aline Nunes

Entrevista com a atriz e palhaça Fabiana Pirro


(Imagem: Divulgação)

Fabiana Pirro, ou Uruba como é chamada quando se transforma em palhaça, nasceu em 1969, na cidade de Recife, Pernambuco. Uma das pioneiras da palhaçaria feminina em Pernambuco e com vários projetos para 2015, ela conversou com nossa equipe. Confira a entrevista:

Para começar, quem é Fabiana Pirro?
Mãe, mulher, atriz, produtora, dona de casa, errante, feliz e cheia de projetos.

Como começou a sua história com a palhaçaria?
Eu tenho 15 anos de teatro e nunca imaginei que eu pudesse me apresentar com palhaço. Depois de certo tempo em espetáculos fazendo várias personagens, chegou um momento que eu quis sair do teatro mais convencional e fazer personagens cômicos. Eu abri uma companhia junto com Lívia Falcão, que me ajudou muito no interesse de me aprofundar nessa linguagem. O palhaço entrou através do teatro e depois veio a magia de entender tudo isso e toda a técnica e o estudo. A partir disso, Lídia e eu criamos, há quatro anos, uma formação de mulheres palhaças, a primeira do nordeste.

Fabiana Pirro e Lívia Falcão (Imagem: Divulgação)
Fabiana Pirro em suas apresentações a direita (Imagem: Divulgação)

E que formação é essa?
A Duas Companhias é uma imersão. Fomos até a zona da mata de Pernambuco para ensinar. Trouxemos uma grande professora de palhaçaria feminina de fora do país. Tinham atrizes, bailarinas. Foi um projeto bancado pelo Funcultura e dividido em três módulos que durou cerca de um mês. Depois da formação criamos o espetáculo Divinas. sou eu, Lívia Falcão e Odília Nunes, uma grande palhaça. Fizemos este espetáculo no Palco Giratório ano passado e corremos o Brasil todo.  Já é um espetáculo que tem 3 anos de estrada. Depois, fiz várias oficinas com vários mestres e este ano, quando aconteceu o festival aqui.

Nesse tempo de palhaçaria, você tem algum episódio bem interessante?
São muitos momentos bons, mas um espetáculo em Condado, Pernambuco que nós fizemos foi muito inesquecível. Chamamos as pessoas. As crianças ajudaram a organizar, a varrer. Você vê que a força do palhaço, principalmente na Mata Norte é grande. Eu fiquei impressionada com esse poder. Quando eles viram que eram mulheres que iriam se apresentar, todos fizeram questão de assistir.  Sem o palhaço realmente não existe o circo, não é? Eu guardei muito a comoção e a ajuda de todos nessa apresentação.

Fabiana Pirro e Lívia Falcão encantam as crianças há cerca de 15 anos (Imagem: Divulgação)

Você já pensou em desistir?
Desistir? Não... Porque eu sou atriz, não é? E aí desistir é uma palavra que não existe para quem é mesmo do ofício de atuar. A gente tem que estar sempre tentando aquilo que a gente não consegue. A estrada é longa, por isso que os melhores palhaços são os mais velhos. Ainda tenho muito que aprender, mas desistir nunca.

Onde é que você está se apresentando atualmente?
Tem a Duas Companhias, a gente tem o espetáculo Caetana, Divinas, tem também Taxuxa que é uma peça infantil e a Dona da História que é a mais nova montagem, que é Divina e Olga com texto de João Falcão. Em janeiro eu vou estrear um monólogo chamo Obscena, que é baseado na história de Hilda Hils, mas que só vai ser apresentado no ano que vem. No momento estou com oito meses de gravidez de Obscena.

Nos bastidores: como é a preparação de Lívia Falcão para suas apresentações (Imagem: Divulgação)


Reportagem: Fernando Lima

Quando a escola é o circo

Escola Pernambucana de Circo usa a arte para transformar a vida dos alunos


(Imagem: Laís Lacerda Vareda)

Esqueça o picadeiro, o cheiro de algodão doce e pipoca. Tire os trailers que ficam nos arredores do terreno, a música que você não sabe se quer o nome, mas sempre vem à mente quando se fala de circo, as gargalhadas, os olhares assustados e impressionados. Apague tudo isso da mente e substitua por sonhos. Na Escola Pernambucana de Circo (EPC) não existe nenhum elemento mais circense, mas possui 100 crianças, adolescentes e jovens que carregam essa arte no coração.

Ela surgiu em 1996 com a missão de promover a inclusão de crianças e jovens de classes mais populares através do circo, fortalecendo a identidade cultural, o vínculo social e a cidadania. Desde 2002 a iniciativa tem sede na comunidade da Macaxeira, no Buriti, Recife e atende, atualmente, 100 participantes de 6 a 29 anos. 

Como se alimentar sonhos não fosse o bastante, a EPC faz parte do Núcleo Formação da Rede Circo do Mundo – Brasil (RCM-BR), instituição que surgiu em 1999 e forma educadores sociais com base no circo. Além disso, a Escola coleciona alguns prêmios: Bahia de Cidadania em 2003; Prêmios de Estímulo ao Circo da Funarte-MINC em 2004, 2005, 2006 e 2009; Prêmio Escola Viva em 2007; Prêmio Ludicidades em 2008; Prêmio ASAS em 2009 e em 2010 Prêmios Agente Escola Viva e Agente de Cultura Viva (ambos do Ministério da Cultura) e Prêmio Orilaxé (do Grupo Cultural Afroreggae).


(Imagem: Laís Lacerda Vareda)

(Imagem: Laís Lacerda Vareda)

Para Everton Lima, integrante da EPC e assessor de gestão, a escola da mais que oportunidades. “ O Circo mudou completamente a vida de todos que fazem parte da EPC, afinal, é a arte que nos foi escolhida para atuar no mundo de forma mais enfática. Assim, seja estudando o Circo, seja relacionando o Circo as práticas pedagógicas ou enquanto artista circense, tudo o que somos e fazemos, a forma com que atuamos, os valores que repassamos, os aprendizados, as conquistas, as articulações, o conhecimento, as experiências, tudo passa pelo Circo. O Circo traz muito essa noção de convívio com o outro, com o diferente, de repeito a diversidade, de olhar para o novo, de curiosidade, de agregação, desafio, encantamento, de coletividade, entre tantos outros valores fundamentais para viver plenamente.”


(Imagem: Laís Lacerda Vareda)

Orgulhoso por falar do projeto que tem ajudado a construir, Lima faz uma expressão do tipo “cara, é muita gente”, quando perguntado se alguém que participou da iniciativa está trabalhando com arte circense hoje. “Em circo propriamente temos Wellington que foi monitor de acrobacia no início da escola e desde 98 faz parte do Cirque du Soleil. Porém, temos jovens que montaram suas próprias trupes como é o caso da Trupe Etnia formada por 04 ex-integrantes da Trupe Circus, outros que estão atuando com Circo aqui no país e lá fora em projetos e companhias como Jannesson que está na Itália, Eronildo na Áustria, Ronaldo Aguiar em São Paulo, Alexandre Santos na Escola Nacional de Circo no RJ, entre outros. Outro resultado interessante é que hoje duas instâncias públicas ligadas a arte circense em PE estão ocupadas por jovens oriundos do processo da EPC, como Suenne Sotero que integrou a Trupe Circus por 05 anos e hoje é a Coordenadora de Circo da Fundarpe (Governo do Estado) e Cleiton Orman que ingressou na EPC desde sua fundação como aluno até o ano de 2012 e hoje é o gerente de Circo da Prefeitura do Recife”, contou com um entusiasmo ímpar.


(Imagem: Laís Lacerda Vareda)
Seja na Macaxeira, no Recife, em Pernambuco, no Brasil ou no mundo, a Escola Pernambucana de Circo tem mostrado que toda a magia e alegria presentes no picadeiro podem iluminar sonhos e vidas fazendo deles um grande espetáculo. Você pode encontrar mais informações da Escola através do site ou pelo telefone (81) 3266-0050.

Reportagem: Mariana Albuquerque

Palhaço Chocolate: muitos anos de história e irreverência

Louco por música, teatro e dança, Ulisses arriscou na carreira de palhaço por amor à arte


Palhaço Chocolate no parque 13 de maio em 2011  (Imagem: Divulgação)

Há aproximadamente 40 anos, com o rosto pintado de maquiagem, Ulisses Dornelas diverte crianças de várias idades e faz sucesso em todo Pernambuco. Mais conhecido entre a meninada como Palhaço Chocolate, ele tem a fórmula certa para a diversão e alegria. Apaixonado desde criança pela arte, música, teatro, dança e circo, Dornelas começou a investir na carreira desde a adolescência, quando conseguiu oportunidades para arriscar nos sonhos. A sua idade? Ele prefere não revelar, mas garante que já passou de meio século. A sua jovialidade é graças a sua alegria, que consegue contagiar todos ao seu redor.

Psicólogo, pedagogo, ator e arte-educador olindense, o Palhaço Chocolate confessa que em todos esses anos de carreira nunca tirou férias para sempre se dedicar integralmente à sua profissão. Segundo ele, por conta dessa sua dedicação, todas as crianças Pernambucanas o conhecem. Mas, quem pensa que ele não tem ídolo está bastante enganado. Os palhaços brasileiros Torresmo, Carequinha e Piculino são os grandes ídolos de Dornelas.


Nos bastidores: Dornelas se preparando para se tornar o palhaço mais conhecido de Pernambuco  (Imagem: Divulgação)
Sobre o seu nome artístico, ele revela que inicialmente em sua carreira fez sucesso na “Família dos Bombons”, onde dez recreadores animavam festas infantis. Já o nome Chocolate, veio do doce ter maior potencialidade entre as crianças. “Foi o nome que deu certo, pegou”, disse.

O palhaço que já acorda pensando em música presta bastante atenção nos sons que o circulam e vive imaginando um novo espetáculo. Para ele isso é trabalho, é sucesso, é amor, é vida. Com uma alma de criança, que jamais irá envelhecer, Ulisses Dornelas acredita nas pessoas e confia que sua alegria pode contribuir para um mundo melhor, para que dessa forma ele continue por muito tempo sendo o Palhaço Chocolate.


Ulisses Dornelas já está há mais de 40 anos trabalhando como o Palhaço Chocolate (Imagem: Divulgação)

Quem é Ulisses Dornelas?
Procuro encantar as pessoas de forma positiva, criativa e feliz. Eu estou sempre criando e colocando meu Palhaço Chocolate para funcionar.

Como você lida com o fato de ser dois ao mesmo tempo?
Lido normalmente. No palco eu sou uma pessoa, fora dele o Ulisses. É fácil. Trago apenas o lado positivo do palhaço para minha vida.

Como você observa as gerações que você viu crescer?
Eu gosto. Foi bom para o meu crescimento profissional ter passado por várias gerações e ter observado esses crescimentos.

Como você consegue ainda atrair tanta gente depois de anos de trabalho?
As gerações mudam e eu procuro sempre estar acompanhando essas gerações. É importante o palhaço acompanhar o crescimento da criançada de perto. E eu também estou sempre atualizando meu trabalho, sempre buscando coisas novas e espetáculos mais produzidos. Minha equipe me ajuda demais. Acho que o segredo é trabalhar muito. 

Reportagem: Thais Caroline


Palhaço chocolate   (2012) Palhaço Chocolate   (2013) O palhaço mais conhecido de Pernambuco anima o público há 40 anos Palhaço Chocolate no Parque 13 de maio (2012) Chocolate no Clube Internacional (2011)

O circo dos horrores

Saiba porque American Horror Story vem encantando o público


Palhaço assustador da série chama atenção chama atenção pelo figurino e maquiagem       (Imagem: Divulgação)

Nem sempre o mundo do circo é lembrado como algo bom que arranca grandes risadas, mas também como algo assustador. Esse é o caso da quarta temporada de American Horror Story Freak Show (AHS), que escolheu o circo como o ambiente principal para a produção, porém tudo com um fundo bem horripilante.

A história se passa em Júpiter, na Flórida, no ano de 1952 e se inicia um pouco confusa para o telespectador, como um quebra-cabeça a ser desvendado que talvez não encante todos de primeira. Alguns dos personagens são mostrados separadamente para no futuro se encontrarem e o enredo obter cada vez mais sentido.

Jessica Lange, como sempre, vem fazendo mais um papel forte em sua carreira interpretando Elsa Mars, a dona do circo. Digna de aplausos, a atriz encanta seja atuando ou cantando. Entre as músicas interpretadas por Jessica: "Life On Mars" de David Bowie e "Gods and Monsters" de Lana Del Rey. Nessa temporada não há nada que fuja do mundo real e o interessante a se destacar é que nenhum personagem é completamente ruim ou completamente bom. Eles podem oscilar com toda a liberdade.


Jessica Lange dá um verdadeiro show cantando ou atuando em American Horror Story     (Imagem: Divulgação)

A premissa da história é juntar personagens estranhos, conhecidos como "aberrações" que são constantemente rejeitados pelo povo da cidade para compor o circo e conseguir lucro e fama. No elenco estão nomes como Sarah Paulson (Bette e Dot Tattler), Kathy Bates (Ethel Darling), Evan Peters (Jimmy Darling), Angela Bassett (Desiree Dupree), Michael Chiklis (Dell Toledo), Emma Roberts (Maggie Esmerelda), Denis O'Hare (Stanley), Frances Conroy (Gloria Mott) e Finn Wittrock (Dandy Mott).

Sarah Paulson interpreta irmãs siamesas que possuem um corpo só e duas cabeças. Elas se tornam a atração principal do circo, comandado por Elsa. Sarah ainda pôde explorar seu talento na música cantando "Criminal" de Fiona Apple's. Foi digno de aplausos! A canção deu um ar mais sombrio para as personagens e foi a escolha ideal para contar a história que estava se formando para Bette. Paulson deu um tiro certeiro!


     Paulson mostra porque foi a escolha certa para o papel de Bette e Dot quando canta "Criminal" (Imagem: Divulgação)
Já Jimmy, filho da mulher barbada, se mostra um rapaz que explode facilmente, é levado pela emoção e apenas tem o desejo de que ele e todos do circo sejam reconhecidos como pessoas normais, não como as aberrações. Evan Peters vem fazendo mais um papel bom em sua carreira e que pode ser muito bem explorado. Ele se mescla entre mocinho e vilão, então não dá para prever como o personagem vai reagir (coisa que deixa o público ainda mais curioso).


Evan Peters definitivamente sabe como interpretar psicopatas e lunáticos!  (Imagem: Divulgação)

Além desses personagens, quem também está no foco de Freak Show é um homem caracterizado de palhaço com aspecto totalmente sombrio, um assassino que mata por matar e não fala absolutamente nada em suas cenas. É interessante que os produtores tenham nos dado essa perspectiva de um personagem que não mata por um "motivo" (como se houvesse razões suficientes para isso), mas simplesmente por desejo. Muito provavelmente pelo prazer e diversão. Sempre nos entregam aquele personagem que é movido por algum sentimento para causar a morte de outro e American Horror Story vem nos trazendo esse outro lado importante de ser abordado.


Em AHS o circo que arranca risadas é esquecido e no lugar: assassinatos e luta pela fama (Imagem: Divulgação)

A fotografia da série é bem interessante e nos traz um aspecto mais velho, realmente nos colocando na década de 1950 e os figurinos também se mostram bem produzidos. Totalmente arquitetados e planejados para darem veracidade a cada personagem. Principalmente o do palhaço, que é constantemente enfatizado e causa arrepios.
American Horror Story Freak Show vem fazendo seu papel de encantar e provocar o terror no público. Vale a pena dar uma chance para a produção!

Confira o trailer da série:



American Horror Story

Crítica: Aline Nunes